Como tudo começou: a minha jornada como fisioterapeuta pélvica
- criscarboni
- 9 de mai.
- 2 min de leitura
Hoje decidi recomeçar.
Não é a primeira vez que abro um blog. Iniciei meu primeiro blog em 2012 já falando sobre fisioterapia pélvica, assoalho pélvico e sobre a intimidade feminina. E hoje decidi recomeçar. Quero compartilhar ciência, mas também quero contar histórias. As que vivi, as que escutei e as que ainda estou escrevendo.
Me chamo Cristiane Carboni, sou fisioterapeuta pélvica, mestre, doutora, professora, pesquisadora atualmente (2025) pós-doutoranda também. Mas antes de tudo isso, fui só uma menina curiosa por ouvir. Ouvir o corpo, a dor, o silêncio. Ouvir mulheres — e me ouvir também.
Comecei a trabalhar com saúde da mulher em 2009. Na verdade, durante a própria graduação já optei pelo estágio no posto de saúde que era de fisioterapia pélvica. De lá pra cá, muita coisa aconteceu. Morei e trabalhei em Barcelona onde me formei no Mestrado de Reabilitação do Assoalho Pélvico na Universidade de Barcelona. Depois retornei e devido a minha veia empreendedora tive uma oportunidade de fazer o Mestrado em Ciência da Saúde da UFCSPA. Aqui me rendeu uma ótima história no mundo das Startups que posso contar um dia. Muito legal empreender na inovação na área da saúde da mulher. Logo depois fiz um observership na Cleveland Clínic em Weston. Aqui sim foi um divisor de águas. Além de tudo que aprendi foi lá que foi possível concretizar um sonho. O voluntariado implementando ambulatórios de fisioterapia pélvica pelo mundo. Depois de uma aula que dei para os residentes da ginecologia o preceptor daquele hospital que já participava de missões pelo mundo fez o convite: ir para África. Lá ajudei a abrir dois ambulatórios em Ghana (Accra e Kumasi). Esses ambulatórios funcionam até hoje e eles ensinam outros fisioterapeutas de lá interessados na área. Ainda dou aulas online para eles de atualização, discutimos casos e muitos deles se tornaram bons amigos. Já fui do consultório ao campo voluntário, de Gaza ao interior do Brasil, da UFRGS à Universidade de Barcelona, da dor à potência do corpo feminino. Hoje, coordeno cursos online, ensino fisioterapeutas, e sou casada com um urologista (sim, a pelve é uma constante por aqui!). Durante esses anos, muitas vezes me perguntaram: “Cris, como você chegou até aqui?”E a resposta nunca coube num currículo. Cabe num diário. Porque essa carreira não foi feita só de artigos publicados ou congressos — foi feita de lágrimas de pacientes que disseram “obrigada por me escutar”, de dúvidas que me fizeram estudar até tarde, de coragem para inovar quando parecia mais seguro permanecer apenas no consultório.
Hoje eu ensino o que um dia precisei aprender na pele. Falo de dor crônica, de sexualidade, de endometriose, de biofeedback, de ultrassonografia funcional. Falo de tudo isso porque sei como o me conhecimento muda vidas — inclusive a minha.
Este blog será meu espaço para te levar comigo por esses caminhos. Pelos bastidores, pelas descobertas, pelos tropeços e pelas conquistas. Será um lugar de troca, onde a ciência encontra o coração e a fisioterapia encontra poesia.
Seja bem-vinda ao meu diário.É bom te ter aqui.
Com carinho, Cris

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